segunda-feira, 17 de outubro de 2016

CRIAÇÕES DE SANTOS DUMONT DECOLAM COM NOVAS PADRONAGENS. MOSTRA AJUDA PÚBLICO A ENTENDER O DESIGN DE SUPERFÍCIE. CONFIRA.



 
 
O professor de educação artística e designer gráfico Alexandre Valentim, de 55 anos, decidiu cruzar a linha tênue entre os dois universos da arte e designer na exposição “SANTOS DUMONT, O GRANDE BRASILEIRO”, em cartaz até o dia 30 no 1º piso do terminal de embarque do aeroporto carioca que leva o nome do pai da aviação. Valentim apresenta quadros que unem pintura, colagem e fotografia ao design de superfície, uma técnica que projeta texturas bidimensionais ou tridimensionais para recobrir diferentes áreas, com diversos tipos de material. Ele brinca com as imagens das criações do inventor brasileiro, usando estampas sobre desenhos.
 
 
O 14 Bis colorido: designer brinca
com as criações do inventor -
Divulgação / Fotos de divulgação.
 
A mostra, além de homenagear Santos Dumont, ajuda o público a entender o design de superfície:
— Ele está presente no dia a dia das pessoas, mas pouca gente sabe o que é. Por exemplo, o calçadão de Copacabana é um design de superfície, assim como a estampa de uma camiseta e a faixa de pedestres. Nada mais é do que uma técnica de criação de padronagens, com elementos gráficos que se reproduzem sistematicamente. Isso pode ser usado em vários segmentos da indústria ou da chamada economia criativa, como moda, papelaria, arquitetura e decoração. Na exposição, uso a técnica para fazer arte.
 
EM BUSCA DA BRASILIDADE
 
Seis quadros do designer-artista trazem algumas das mais famosas invenções de Alberto Santos Dumont, além de uma versão de um busto do mineiro e de um desenho da casa do pai da aviação. Na obra “14 Bis”, por exemplo, o visitante vai encontrar uma aeronave revestida com estampas inspiradas em pinturas corporais indígenas.
 
 
Inspiração na decoração de objetos indígenas 
Foto - Divulgação.
— Na tela “Casa”, busquei referência nos desenhos usados na decoração de objetos indígenas. No busto, foi uma combinação de inspirações em índios, na cultura marajoara e no folclore, principalmente o maranhense — explica o artista, que pesquisou vida e obra de Santos Dumont antes de fazer as ilustrações.
Valentim diz que busca a brasilidade ao usar elementos da cultura e do folclore nacionais:
Meus trabalhos são desenvolvidos a partir da pesquisa de elementos gráficos semióticos da cultura brasileira, como desenhos indígenas, pinturas rupestres, folclore, cordel e trabalhos marajoaras, sempre usando a técnica do design de superfície. Procuro uma brasilidade. Eu mesmo crio as estampas, a partir da proposta de uso, que pode ser em tecidos, em decoração ou em azulejaria.
 
CRIAÇÃO MAIS LIVRE
 
Valentim tem um grife, a Brasis Moda, para a qual cria estampas inspiradas na cultura nacional.
São camisetas feitas com tecido de PET, de fibra de bambu, de algodão orgânico e de cânhamo — completa ele, que em julho montou a exposição “A superfície das coisas”, que serviu para explicar esse tipo de design de forma didática.
O processo de criação da base dos quadros de uma exposição, conta Valentim, é mais livre. Enquanto na moda e na decoração o designer segue as informações dadas pelo cliente (como paleta de cores e tipo de material), na hora de pensar na superfície de obras de arte, como quadros ou cerâmicas, o profissional pode deixar a imaginação fluir.
 
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— Essa técnica vai até onde nossa criatividade alcança. Mas, antes de tudo, é importante entender que ele nasce numa prancheta. Sempre acho importante ensinar que não é só desenhar por desenhar. É preciso pesquisar o produto, tentar encontrar os elementos certos — ensina ele, que dá oficinas sobre o tema.
Numa aula no Piauí, conta ele, os alunos chegaram acreditando que só iam aprender a fazer desenhos impecáveis. E foram surpreendidos.
— A turma foi instigada a elaborar grafismos a partir da cultura local. Um dos estudantes se inspirou numa lenda tradicional da região, a do Cabeça de Cuia, e fez um trabalho com cabecinhas de cuia que se repetiam. Isso é fazer design — explica.
 
 
 
 
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