terça-feira, 1 de abril de 2025

JORGE FERNANDO LORETTI: UM LEGADO DE JUSTIÇA E SABER - HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL


A CHAMA DA JUSTIÇA: JORGE FERNANDO LORETTI

 

Em Niterói, a luz primeira,

Em vinte e quatro, o sol nascia.

Jorge Fernando Loretti, a quimera,

No direito, a alma que se guia.

 

Nos bancos da faculdade, a lei abraçou,

Em quarenta e sete, o diploma a brilhar.

Na OAB e IAB, a ética selou,

A justiça, seu farol a guiar.

 

Desembargador, em setenta e nove, ascendeu,

No TJ-RJ, a toga vestiu.

Câmaras cíveis, com zelo regeu,

Seu legado, na história se esculpiu.

 

No biênio noventa e um, a liderança,

No Conselho, a voz ecoou.

Na AMAERJ, a esperança,

No judiciário, a chama que restou.

 

No TRE-RJ, a democracia,

Com lisura, a eleição a guiar.

Professor, a sabedoria,

Na UFF, o saber a semear.

 

Nas letras, a paixão floresceu,

Na AFL e ANL, a cultura a exaltar.

Em dois mil e vinte e quatro, o céu se abriu,

"Cem anos Loretti", a memória a honrar.

 

No TJ-RJ e EMERJ, a homenagem,

Livros e exposição, a vida a contar.

Jorge Loretti, a eterna mensagem,

Justiça, sabedoria, a inspirar.

 

© Alberto Araújo

 

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A trajetória de JORGE FERNANDO LORETTI, um homem que suplantou as fronteiras do Direito e da Justiça, é um legado de sabedoria, integridade e paixão pelo conhecimento. 

Nascido em 25 de agosto de 1924, sua vida foi marcada por uma dedicação incansável ao serviço público e à busca pela excelência. 

Formado em Direito pela Faculdade de Direito de Niterói em 1947, Loretti trilhou um caminho de notável relevância no cenário jurídico brasileiro. Sua atuação como membro do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) demonstrava seu compromisso com a defesa dos princípios da justiça e da ética profissional.

Sua ascensão ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em 1979 foi um reconhecimento de sua competência e idoneidade. Ao longo de 17 anos, presidiu a 5ª Câmara Cível e o 4º Grupo de Câmaras Cíveis, além de integrar o Conselho da Magistratura, deixando sua marca na história do Judiciário fluminense. 

A presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro no biênio 1991-1992 e sua participação no Conselho Nacional dos Presidentes dos Tribunais de Justiça e na Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ) evidenciam sua liderança e capacidade de articulação em prol da melhoria do sistema judiciário. 

Sua atuação no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, onde exerceu a presidência de 1989 a 1991, demonstra seu compromisso com a democracia e a lisura dos processos eleitorais. 

Além de sua atuação no Judiciário, Loretti dedicou-se ao ensino como professor titular do Departamento de Direito Público da Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense, transmitindo seu conhecimento e inspirando futuras gerações de juristas. 

Sua paixão pela cultura e pelo saber o levou a integrar a Academia Fluminense de Letras (AFL) e a Academia Niteroiense de Letras, nessa Instituição ocupou a Cadeia 10 patronímica de Oscar de Macedo Soares enriquecendo o cenário intelectual do estado sucedendo o acadêmico Guaracy de Albuquerque Souto Mayor. 

SUA TRAJETÓRIA É MARCADA POR UMA SÉRIE DE CONQUISTAS NOTÁVEIS 

Graduado em Direito pela Faculdade de Direito de Niterói em 1947, integrou o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB). Alçado ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em 1979, presidiu a 5ª Câmara Cível e o 4º Grupo de Câmaras Cíveis, além de integrar o Conselho da Magistratura.

Presidiu o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) no biênio 1991-1992, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) de 1989 a 1991 e a Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ) de 1994 a 1995. 

Foi professor titular do Departamento de Direito Público da Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense (UFF), membro do Conselho Universitário de Ensino e Pesquisa e diretor do Centro de Estudos Sociais Aplicados da UFF.

Integrou a Academia Fluminense de Letras (AFL) e a Academia Niteroiense de Letras, demonstrando seu apreço pela cultura e pelo conhecimento. 

Loretti dedicou sua vida ao serviço público, à educação e à cultura, falecendo em 13 de maio de 2016. 

A Praça César Tinoco, localizada no bairro do Ingá, em Niterói, foi palco de um evento histórico em 05 de março de 2020, a inauguração de um monumento em homenagem ao jurista, acadêmico e desembargador Jorge Fernando Loretti. A iniciativa, promovida pela Prefeitura de Niterói, busca eternizar a memória de um homem que, apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, escolheu Niterói como lar e onde faleceu em 13 de maio de 2016, aos 91 anos. O busto de bronze, esculpido pelo renomado artista plástico niteroiense Rodrigo Pedrosa, foi encomendado pela Fundação de Arte de Niterói (FAN) e instalado na praça como um tributo à sua trajetória e legado. 

Em 2024, ano em que completaria 100 anos, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) e a Escola da Magistratura do Estado (EMERJ) homenagearam sua memória com a inauguração de uma coleção de livros que pertenceu ao magistrado e uma exposição sobre sua vida, intitulada "100 anos Loretti: o homem dos Três Poderes". 

O legado de Jorge Fernando Loretti transcende o tempo, inspirando a todos que buscam a justiça, a sabedoria e a excelência no serviço público. 

Jorge Fernando Loretti foi um homem que dedicou sua vida à justiça, à educação e à cultura, deixando um legado que continua a inspirar e a iluminar o caminho para as futuras gerações.


Editorial

Alberto Araújo

Focus Portal Cultural

 


 

ECOS DA ALMA FLUMINENSE: O BOLETRAS E A CELEBRAÇÃO DA MULHER - RESENHA SOBRE O BOLETRAS, EDIÇÃO Nº 40 POR ALBERTO ARAÚJO

O Boletim da Academia Fluminense de Letras (AFL) chega à sua 40ª edição em fevereiro/março de 2025, um marco significativo que coincide com o Mês da Mulher. Sob a liderança da presidente Márcia Pessanha e com a colaboração de Christiane Victer na redação e diagramação, esta edição especial celebra a força e a beleza da alma feminina, destacando a importância da mulher na literatura e na sociedade através de uma série de eventos e homenagens. 

A reabertura da sede da AFL e da Biblioteca Parque de Niterói, espaços de saber e cultura, simboliza o renascimento da chama literária fluminense. A Sessão Literomusical, em celebração à mulher, harmoniza a poesia e a música, unindo duas formas de arte que expressam a sensibilidade e a força do feminino. 

A homenagem da Câmara Municipal de Niterói à presidente Márcia Pessanha, personalidade central da AFL, destaca sua liderança e dedicação à cultura. O reconhecimento do Rotary Club Niterói-Norte aos intelectuais do ano, em especial à presidente Márcia Pessanha, sublinha a importância da intelectualidade na construção de uma sociedade mais justa e culta. 

O bate-papo e lançamento da Imprensa Fluminense, com Guto Mello, e a posse do acadêmico Waldeck Carneiro no Fórum de Educação RJ, celebram a palavra escrita e o poder da educação na transformação social. A posse de Peterson Simão na presidência do TRE e a homenagem à acadêmica Verônica Oliveira, agraciada com o Prêmio Mulher Destaque 2025, ressaltam o papel da mulher em diversas esferas da sociedade. 

A reunião festiva do Rotary Niterói Novos Tempos, com palestra da acadêmica Matilde Slaibi Conti sobre "Vozes Femininas que Ecoaram na História", e a palestra de Márcia Pessanha sobre Casimiro de Abreu, demonstram o compromisso da AFL com a memória e a valorização da literatura fluminense. 

O Boletras, em sua 40ª edição, é um testemunho da vitalidade da Academia Fluminense de Letras e da força da mulher na literatura e na sociedade. A edição celebra a mulher em sua plenitude, em sua capacidade de criar, liderar e transformar o mundo com sua sensibilidade e inteligência. 

A SINFONIA OUTONAL DA ACADEMIA FLUMINENSE DE LETRAS: UM EDITORIAL DE RENASCIMENTO E MEMÓRIA 

No editorial da edição nº 40 do Boletras, a presidente Márcia Pessanha nos convida a contemplar a beleza melancólica e inspiradora do outono, utilizando a estação como metáfora para o momento da Academia Fluminense de Letras (AFL). Através de uma prosa poética, ela tece um paralelo entre a natureza e a vida acadêmica, convidando os leitores a refletirem sobre a memória, a tradição e o futuro da instituição. 

A abertura do texto nos transporta para a contemplação das "tardes outonais", com suas cores vibrantes e a melancolia dos versos de Miguel Torga. Essa imagem evoca a beleza efêmera da vida e a importância de valorizar cada momento. Márcia Pessanha, ao mencionar o pôr do sol na praia de Icaraí, traz a reflexão para o contexto local, conectando a natureza com a identidade da AFL, sediada em Niterói.

A presidente destaca a fecundidade do outono, estação de colheita e inspiração para artistas de diversas áreas. Essa fertilidade se reflete na produção intelectual dos acadêmicos, que enriquecem o patrimônio cultural da instituição. A metáfora das "folhas outonais" que caem e são levadas pelo vento representa a transitoriedade da vida e o desejo de revisitar o passado para encontrar inspiração. 

A memória, tema central do editorial, é apresentada como fonte de inspiração e continuidade histórica. Márcia Pessanha evoca a figura de Waldenir de Bragança, Presidente de Honra da AFL, e a importância de revisitar a história dos patronos e antecessores. Essa conexão entre passado e presente é fundamental para construir um futuro promissor para os novos acadêmicos. 

A presidente celebra a "boa colheita" de 2025, com a produção intelectual dos acadêmicos e as atividades planejadas para o ano. A sessão de abertura, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, é destacada como um momento de "fraternal convívio" e "compartilhamento de saberes". 

O editorial se encerra com as palavras de Henfil, que nos convidam a valorizar a beleza das flores, a sombra das folhas e a intenção da semente, mesmo que os frutos não se concretizem. Essa mensagem final reforça a importância de apreciar o processo criativo e a beleza da jornada, independentemente do resultado final. 

Em suma, o editorial de Márcia Pessanha é uma reflexão poética sobre a memória, a tradição e o futuro da Academia Fluminense de Letras. Através da metáfora do outono, ela nos convida a valorizar a beleza da vida, a importância da memória e a fecundidade da produção intelectual. 

Editorial

Alberto Araújo

Focus Portal Cultural

 

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AGRADECIMENTO DE ALBERTO ARAÚJO

 

Prezada Márcia Pessanha, gostaria de expressar minha profunda gratidão pela publicação da homenagem que realizei em sua homenagem e à cidade de Campos dos Goytacazes, no Boletras, edição nº 40, página 10. É uma honra ter meu trabalho reconhecido e divulgado em um veículo tão importante para a cultura fluminense. Agradeço imensamente por ter dado destaque a essa celebração dos 190 anos de Campos dos Goytacazes, cidade que tanto prezo e que possui um legado literário tão rico. Sua sensibilidade em valorizar a cultura local é admirável. A publicação no Boletras é um presente valioso para mim e me motiva a continuar trabalhando em prol da divulgação da cultura e da história da nossa região. Com meus sinceros agradecimentos, 

Alberto Araújo.

 

SINFONIA OUTONAL

 

Chegamos ao outono, com a beleza da “Tarde pintada / Por não sei que pintor / Nunca vi tanta cor!” E seguimos embalados na cadência dos versos do poeta português Miguel Torga, ao dizer: “Vento que passas, leva-me contigo / Sou poeira também, folha de outono (...) / Leva-me, e livre deixa-me cair / No deserto de todas as lembranças”. 

Realmente, como são belas e coloridas as tardes outonais, mesmo reconhecendo que no Brasil as estações do ano não são bem definidas, principalmente agora com as mudanças climáticas, mas o espetáculo do entardecer permanece nos encantando, e destaco, por residir em Niterói, o pôr do sol à beira mar na praia de Icaraí. 

A estação do outono, tempo fecundo da messe, da colheita, propicia também a germinação de sentimentos caros aos amantes da natureza, inspirando-os na elaboração de suas produções artísticas. Desse modo, diversos escritores, compositores, pintores e poetas, assim como fez Miguel Torga, encontram na estação outonal um motivo de criação poética. O outono é cantado em prosa, verso e música, haja vista a célebre canção Folhas de Outono. 

Assim, à semelhança das folhas outonais, que caem e são levadas pelo vento, surge o desejo do poeta de ser levado também, metaforicamente, pelo vento para cair “no deserto de todas as lembranças”, não para sepultá-las, mas para reavivá-las como fonte de inspiração. E transportando esse foco de lembranças para o nosso contexto acadêmico, reavivamos nossa memória para dar continuidade histórica à nossa “Casa do Saber, Templo da Palavra”, como bem disse nosso Presidente de Honra, Waldenir de Bragança. E revisitamos a história de nossos patronos e dos que nos antecederam em nossas cadeiras. Neste sentido, o passado e o presente se entrelaçam rumo a um futuro promissor para os novos acadêmicos. 

Neste outono de 2025, na Academia Fluminense de Letras, a boa colheita já se anuncia com os frutos das produções de diversos acadêmicos que enriquecem o nosso patrimônio cultural, além das atividades previstas para este ano e os projetos que estão sendo apresentados. 

Iniciamos nossas atividades acadêmicas, festivamente, no dia 22 de março, com a sessão de abertura, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, muito apreciada pelos presentes, que se sentiram envolvidos pela ambiência de fraternal convívio, de compartilhamento de saberes e de apresentação de belos momentos lírico-musicais. Foi uma sessão prazerosa e que valeu muito a pena.

E finalizamos com as palavras de Henfil: “Se não houver frutos, valeu a beleza das flores; se não houver flores, valeu a sombra das folhas; se não houver folhas, valeu a intenção da semente”.

Márcia Pessanha, Presidente da AFL
















O GRITO SILENCIADO DA GOIABEIRA MINICONTO DE ALBERTO ARAÚJO

 

O sol declinava sobre as águas da Guanabara, tingindo o céu de um laranja febril que parecia inflamar as folhas empoeiradas da goiabeira no quintal. Dona Augusta, sentada na cadeira de balanço de vime, observava o crepúsculo com a mesma impassibilidade com que encarava os anos escorrendo entre os dedos. Seus olhos, outrora um castanho vivo, agora carregavam a opacidade de pedras de rio polidas pelo tempo e pela resignação. 

A goiabeira, testemunha muda de tantas manhãs e tardes, parecia compartilhar do seu silêncio. Seus galhos retorcidos, como braços cansados, ostentavam algumas poucas goiabas amareladas, frutos tardios de uma estação que já se esvaía. Dona Augusta nunca fora de muitos cuidados com a árvore. Deixava-a crescer ao sabor do vento e da chuva, colhendo os frutos apenas quando estes se ofereciam, maduros e perfumados, quase implorando para serem degustados. 

Hoje, porém, seu olhar fixou-se em uma goiaba em particular. Não era a maior, nem a mais vistosa. Pelo contrário, escondia-se entre as folhas mais densas, quase camuflada. Mas havia algo nela, uma imperfeição sutil, uma pequena mancha escura em sua casca amarelada, que atraía a atenção de Dona Augusta como um imã. 

Levantou-se com lentidão, as juntas protestando com um estalo seco. Caminhou até a árvore, o chinelo arrastando-se pela cerâmica fria do quintal. Aproximou-se da goiaba, o rosto enrugado quase tocando a sua superfície lisa. A mancha escura não era um defeito, percebeu. Era um pequeno orifício, quase invisível a distância, como a marca de uma agulha finíssima.

Um arrepio percorreu a espinha de Dona Augusta, um calafrio que não vinha do vento fraco que começava a soprar. Era uma sensação visceral, um reconhecimento mudo de algo que jazia oculto, silenciado sob a superfície aparentemente intacta. 

Ela estendeu a mão trêmula e colheu a goiaba. Ao senti-la na palma, percebeu o seu peso estranho, desproporcional ao seu tamanho. Levou-a ao nariz, mas não sentiu o aroma doce e característico da fruta madura. Em vez disso, um cheiro sutil, quase metálico, emanava do pequeno orifício. 

Dona Augusta apertou a goiaba entre os dedos. Uma pressão leve foi suficiente para que a casca cedesse, revelando um interior escurecido, quase pútrido. Não havia polpa suculenta, apenas uma massa disforme e escura, como um segredo há muito guardado e finalmente revelado. 

Naquele instante, sob o céu em chamas e o olhar mudo da goiabeira, Dona Augusta sentiu um nó se formar em sua garganta. Não era nojo, nem repulsa. Era um reconhecimento profundo, uma identificação silenciosa com aquela goiaba. Ela também carregava em si marcas invisíveis, pequenos orifícios deixados por golpes silenciosos, por palavras não ditas, por sonhos murchos. Por dentro, talvez, houvesse também uma escuridão crescente, um grito silenciado que nunca encontrara eco.

Olhou para a goiaba em sua mão, a metáfora crua e dolorosa de sua própria existência. E pela primeira vez em muitos anos, Dona Augusta sentiu uma lágrima quente escorrer por sua face enrugada, molhando a terra seca do quintal. Não era uma lágrima de tristeza apenas, mas também de uma súbita e lancinante compreensão. A goiabeira, com seu fruto corrompido, havia finalmente lhe oferecido um espelho. E no reflexo sombrio, Dona Augusta reconheceu a urgência silenciosa de seu próprio grito abafado.

© Alberto Araújo  

O CONVITE PARA A HOMENAGEM AO DESEMBARGADOR NAGIB SLAIBI FILHO


Reconhecimento à sua significativa contribuição à Magistratura Fluminense. A 3ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro convida para o evento, que celebra a carreira exemplar e o trabalho incansável do Desembargador Dr. Nagib Slaibi Filho. 

Data: 02 de abril (quarta-feira)

Horário: 16h

Local: Rua Dom Manuel, nº 37, sala 410, Lâmina III, Fórum Central, Centro, Rio de Janeiro. 

A homenagem destaca o papel do Desembargador como Presidente da 3ª Câmara de Direito Público desde 2011 e reconhece seu legado duradouro para o judiciário do Rio de Janeiro. 

NAGIB SLAIBI FILHO renomado Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, com uma carreira marcada por uma significativa contribuição à Magistratura Fluminense. 

TRAJETÓRIA E CONTRIBUIÇÕES 

Presidência da 3ª Câmara de Direito Público: Desempenhou um papel de liderança como Presidente da 3ª Câmara de Direito Público desde 2011, demonstrando um trabalho incansável e exemplar. Sua dedicação e contribuições foram amplamente reconhecidas, culminando em homenagens por parte do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e de outras instituições. Sua aposentadoria marca o encerramento de um ciclo brilhante, deixando um legado duradouro no judiciário do Rio de Janeiro. 

Nagib Slaibi Filho recebeu homenagens importantes, como o título de "Intelectual do Ano 2024", concedido por um colégio eleitoral que envolve diversas instituições acadêmicas e culturais do estado do Rio de Janeiro. Ele também foi homenageado com um retrato na Galeria de Conferencistas Eméritos da EMERJ (Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro). Foi um participante ativo na EMERJ, onde sua dedicação e contribuições foram muito apreciadas. 

Nagib Slaibi Filho é reconhecido como um profissional íntegro e dedicado, com um profundo compromisso com a ética e a justiça.


 


PRESIDENTE DO ELOS INTERNACIONAL MATILDE SLAIBI CONTI CELEBRA A FORÇA FEMININA NA LITERATURA EM ENCONTRO MEMORÁVEL NA UBE-RJ - PRESIDENTE EURÍDICE HESPANHOL

 

Eurídice Hespanhol - Presidente da UBE-RJ
Matilde Carone Slaibi Conti - Presidente do Elos Internacional

No dia 31 de março, a União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, UBE-RJ promoveu um evento marcante em celebração ao mês Internacional da Mulher. A reunião, realizada na Sociedade Nacional de Agricultura, reuniu escritoras, intelectuais e entusiastas da literatura para um depoimento e mesa redonda com as mulheres da Diretoria da UBE-RJ.

O ponto alto do encontro foi a participação especial da renomada Dra. Matilde Slaibi Conti presidente do Elos Internacional, Cenáculo Fluminense de História e Letras, Academia Brasileira Rotária de Letras do estado do Rio, Procuradora e Vice-presidente da OAB-Niterói qual a palestra foi descrita como excelente e impactante.

A intelectual expressou sua grande felicidade com a calorosa recepção que teve, especialmente pela presidente da UBE-RJ, Eurídice Hespanhol, a Vice-presidente da ABRAMES – Academia Brasileira de Médicos Escritores a acadêmica Juçara Valverde, também acadêmica e escritora Angela Guerra e professora e acadêmica Maria Amélia Palladino, Presidente da Academia Luso-Brasileira de Letras. 

As personalidades não pouparam elogios à conferencista, proferindo palavras incríveis e importantes sobre sua trajetória e contribuições. A atmosfera do evento era de celebração e reconhecimento da importância da mulher no cenário literário e intelectual. 

O evento da UBE-RJ em celebração ao mês da mulher foi um momento de grande destaque para a literatura e a valorização do papel feminino na sociedade. A palestra da Dra. Matilde Slaibi Conti foi um dos pontos altos, onde ela trouxe à tona a história de inúmeras mulheres que deixaram sua marca na história. 

A conferencista compartilhou histórias inspiradoras de mulheres que superaram desafios, quebraram barreiras e fizeram contribuições significativas em diversas áreas. Sua fala ressaltou a importância de reconhecer e celebrar o legado dessas mulheres, muitas vezes esquecidas ou invisibilizadas pela história tradicional.

Este encontro da UBE-RJ no mês da mulher, com a brilhante participação da Dra. Matilde Slaibi Conti e a calorosa acolhida das líderes femininas da literatura carioca, certamente deixou uma marca positiva e inspiradora em todos os presentes. A felicidade expressada pela Dra. Matilde Slaibi Conti reflete o sucesso e a relevância de iniciativas que valorizam e destacam a voz e o talento das mulheres no mundo das letras 

Ao final da sessão, a presidente da UBE-RJ, Eurídice Hespanhol, expressou sua profunda gratidão à Dra. Matilde Slaibi Conti pela brilhante palestra e por sua valiosa contribuição ao evento. Agradeceu também a presença de todos os participantes, que prestigiaram o encontro e enriqueceram o debate. 

Para celebrar o sucesso do evento e proporcionar um momento de confraternização, a presidente da UBE-RJ convidou a todos para um delicioso coquetel. A ocasião proporcionou um ambiente agradável para que os participantes pudessem trocar ideias, fortalecer laços e celebrar a força e a importância da mulher na literatura e na sociedade.

Portanto, o evento da UBE-RJ no mês da mulher foi um momento memorável, que celebrou a história e o talento das mulheres, inspirando a todos a continuar lutando por um mundo mais justo e igualitário.

 

Editorial

Alberto Araújo

Diretor de Cultura do Elos Internacional

Focus Portal Cultural 












segunda-feira, 31 de março de 2025

A BATUTA QUE ROMPEU CORRENTES E CRUZOU OCEANOS MINICONTO DE ALBERTO ARAÚJO


No coração pulsante do Rio de Janeiro, onde a melodia do samba se entrelaçava com o ritmo da vida nas favelas, nasceu Aurora Maria da Conceição, uma morena trigueira. Neta de uma mulher que carregou no corpo as cicatrizes da escravidão, Aurora cresceu ouvindo as histórias de luta e resistência de sua avó, Dona Zilda. Mas em sua alma, a melodia da liberdade já ecoava forte, um chamado para um universo de sons mais amplos e complexos: a música clássica. Aurora era uma batalhadora nata, e sua paixão pela regência, um farol que a guiaria de um pequeno projeto musical comunitário aos palcos mais prestigiosos do mundo. 

Desde criança, Aurora demonstrava um talento musical precoce. Aprendera a tocar diversos instrumentos com músicos locais, mas era a figura do maestro, conduzindo a orquestra com a força de sua batuta, que a fascinava. Em seus sonhos, via-se no pódio, dominando a sinfonia de dezenas de instrumentos, criando uma tapeçaria sonora que emocionava e elevava a alma. 

Apesar do talento evidente, Aurora enfrentou inúmeras barreiras. O preconceito racial e de gênero no universo da música clássica, a falta de oportunidades para jovens músicos negros e a escassez de recursos financeiros para investir em seus estudos pareciam obstáculos intransponíveis. Mas a memória da resiliência de sua avó e o apoio incondicional de sua família a impulsionavam a seguir em frente. 

Aurora dedicou-se aos estudos musicais com afinco, esquadrinhando bolsas de estudo, participando de concursos e aproveitando cada oportunidade de aprendizado. Criou um pequeno projeto musical em sua comunidade, reunindo jovens talentos e ensinando-lhes a beleza da música clássica. Sua paixão e sua dedicação contagiavam a todos, transformando vidas através da arte. 

Um dia, um renomado maestro alemão, de passagem pelo Brasil para um festival de música, assistiu a um ensaio do projeto de Aurora. Impressionado com seu talento nato, sua técnica apurada e a energia contagiante com que conduzia a pequena orquestra, o maestro ofereceu a Aurora uma oportunidade única: uma bolsa de estudos em uma prestigiada academia de música em Berlim. 

Para Aurora, era a chance de realizar o sonho de sua vida. Deixou para trás sua comunidade, sua família e sua pátria, levando consigo a força de suas raízes e a esperança de um futuro onde sua música pudesse alcançar o mundo. Em Berlim, enfrentou o desafio de um novo idioma, de uma cultura diferente e da exigência do cenário musical europeu. 

Com sua dedicação e talento inegável, Aurora rapidamente se destacou na academia. Seus professores reconheceram seu potencial e a apoiaram em sua jornada. Participou de “masterclasses” com grandes maestros, aprimorou sua técnica e expandiu seu repertório, sempre carregando em sua batuta a alma brasileira e a história de sua avó.

Sua ascensão foi meteórica. Após concluir seus estudos com distinção, Aurora começou a reger pequenas orquestras na Alemanha, conquistando o público e a crítica com sua interpretação apaixonada e sua presença carismática no pódio. Seu nome começou a circular nos círculos musicais europeus, despertando a curiosidade e a admiração.

O ápice de sua carreira chegou quando recebeu um convite para reger a lendária Orquestra Filarmônica de Berlim, uma das mais prestigiadas do mundo. Para Aurora, neta de uma ex-escrava que jamais imaginou que sua descendente cruzaria o oceano para alcançar tamanha honra, era um momento de profunda emoção e significado. 

Na noite de sua estreia à frente da Filarmônica de Berlim, Aurora subiu ao pódio sob os aplausos calorosos da plateia. Em suas mãos, a batuta parecia uma extensão de sua alma, guiando os músicos em uma sinfonia de sons que transcendiam fronteiras e histórias. A música preencheu o Philharmonie, carregada da paixão de uma maestrina que havia rompido correntes e cruzado oceanos para realizar seu sonho. 

Ao final da apresentação, a ovação foi ensurdecedora. Aurora, com lágrimas nos olhos, curvou-se em agradecimento, sentindo o peso da sua jornada e a força da sua ancestralidade. A neta da ex-escrava havia chegado ao topo do mundo da música clássica, provando que o talento não conhece cor nem origem, e que a paixão, a perseverança e a crença em seus sonhos podem levar uma batalhadora a reger a mais sublime das sinfonias, selando um final feliz que ecoaria para sempre nos anais da história da música.

 

© Alberto Araújo 



 

HORÁCIO PACHECO: A LUZ ETERNA DA SABEDORIA E DO AMOR


Homenagem do escritor e poeta Alberto Araújo ao professor Horácio Pacheco, texto publicado na Antologia O Perfume da Palavra - Volume V, organizado pela jornalista Labouré Lima da Editora Muiraquitã, página 22, Niterói - RJ, 2016.

 

ALMA LEVE E SENSATA

a Horácio Pacheco

 

Se me perguntares

quem foi Horácio Pacheco, direi:

Sempre que podia,

com a alma sã e a luz sensata,

adentrava a Academia.

Consagrado homem sábio,

jornalista, escritor,

serviu aos amigos

com amor maior.

 

Sua tocha sempre há de iluminar

a brisa intelectual que nos aquece.

Do alto, a luz e a voz hão de brilhar.

Intelectual de alma leve,

cujo afeto o íntimo não esquece.

Evocava a arte literária com paixão

e se deleitava com as palavras.

 

Professor Horácio nasceu em Ribeirão,

mas tinha Niterói no coração.

Chamávamos de professor querido,

pois, de forma peculiar e bravia,

ultrapassava os limites da poesia

com o saber do latim e da morfologia.

 

Dotado de coração hospitaleiro

e serena e amável fidalguia,

conduzia com fulgor a advocacia.

Foi da justiça nobre mensageiro

e gênio imortal de nossa Academia.


By © Alberto Araújo

Escritor, poeta e jornalista.


Professor Horácio Pacheco, um homem que transcendeu as fronteiras da academia e da literatura. A poesia está publicada na antologia "O Perfume da Palavra - Volume V", organizada pela jornalista Labouré Lima, este poema é um testemunho da admiração e do afeto que Horácio Pacheco despertou em todos que o conheceram.  

Horácio Pacheco: um homem sábio, jornalista, escritor e amigo dedicado. Sua "alma sã" e "luz sensata" iluminaram a Academia, e sua "tocha" continua a aquecer a brisa intelectual que nos envolve. Do alto, sua voz resplandece, ecoando a paixão pela arte literária e o deleite nas palavras.

Nascido em Ribeirão, mas com Niterói em seu coração, Horácio Pacheco era um "professor querido" que, com sua peculiar bravura, ultrapassou os limites da poesia. Seu saber em latim e morfologia era apenas uma faceta de sua genialidade.

Dotado de um "coração hospitaleiro" e uma "serena e amável fidalguia", Horácio Pacheco também se destacou como advogado, um "nobre mensageiro da justiça". Sua presença na Academia era a de um "gênio imortal", cujo afeto permanece vivo na memória daqueles que o amaram. Horácio Pacheco, um homem que personificou a sabedoria, o amor e a paixão pela palavra. Sua luz continua a brilhar, inspirando-nos a buscar a excelência e a cultivar a amizade e o conhecimento. Em sua memória a Academia Niteroiense de Letras é chamada carinhosamente de “CASA HORÁCIO PACHECO”. O intelectual ocupava a Cadeira nº 5, patronímica de Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha, sucedida por Aníbal Francisco Alves de Bragança e a acadêmica que ocupa a egrégia Cadeira é a escritora Gilda Pinheiro G. de Uzeda, empossada em 10 de agosto de 2022.

 

Editorial

Alberto Araújo

Focus Portal Cultural

 



 

MOZART: UM METEORO MUSICAL QUE ILUMINOU O MUNDO

 

A chama de Wolfgang Amadeus Mozart ardeu intensamente, embora por um breve período. Nascido em Salzburg, em 27 de janeiro de 1756, este gênio musical nos deixou prematuramente em Viena, em 5 de dezembro de 1791, aos 35 anos. Filho do violinista e compositor Leopold Mozart e de Anna Maria Mozart, ele e sua irmã mais velha, Nannerl, foram os únicos a sobreviver de sete irmãos. 

Desde cedo, Mozart demonstrou um talento extraordinário. Aos três anos, dedilhava melodias no piano; aos quatro, dominava peças complexas; e aos cinco, já compunha suas primeiras obras, além de tocar violino com maestria. Em 1762, aos seis anos, iniciou uma turnê pelas cortes europeias, encantando reis e imperatrizes com seu virtuosismo. Na Itália, aos 14 anos, recebeu o título de Cavaleiro do Papa Clemente XIV. 

De volta a Salzburg, aos 17 anos, Mozart serviu como músico da corte, compondo obras que refletiam sua genialidade precoce, como os Quartetos Vienenses e a Sinfonia nº 25 em Sol menor, K. 183. 

Sob a tutela de um pai ambicioso, Mozart floresceu intelectualmente, mas enfrentou desafios emocionais. Em 1777, aos 21 anos, partiu em busca de reconhecimento, mas a jornada foi marcada pela dor da perda de sua mãe em Paris. 

Apesar da tristeza, Mozart continuou a compor, presenteando o mundo com obras-primas como a Sonata para Piano e Violino em Mi Menor, K. 304, um testemunho de sua profunda emoção.

Em 1781, Mozart se libertou das amarras da corte e se estabeleceu em Viena, onde se casou com Constanze Weber. Seus primeiros anos na capital austríaca foram de sucesso e prosperidade, com óperas aclamadas como "As Bodas de Fígaro" e "Don Giovanni". 

No entanto, a maré da fortuna começou a mudar. A complexidade de sua música não encontrou mais eco no gosto popular, e a sombra da solidão e das dificuldades financeiras o consumiu. 

Em 1791, Mozart, já debilitado pela doença, recebeu a misteriosa encomenda de um Réquiem. Obcecado pela obra, ele a via como seu próprio réquiem, um presságio de sua morte iminente. 

No dia 4 de dezembro, Mozart, cercado por amigos, esboçou os últimos compassos do "Lacrimosa". Na madrugada seguinte, o mundo perdeu um de seus maiores gênios musicais.

A vida de Mozart, embora breve, foi um meteoro que iluminou o mundo com sua música eterna. Sua genialidade e paixão continuam a inspirar e emocionar gerações, perpetuando seu legado como um dos maiores compositores de todos os tempos.

Editorial

Alberto Araújo

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